Mais de 250 crianças e adolescentes indígenas migrantes da Venezuela estão participando de oficinas de letramento intercultural em Roraima. O projeto tem como foco o fortalecimento das línguas Warao e E’ñepa, ao mesmo tempo em que promove o ensino do português e do espanhol.
As atividades são desenvolvidas em Boa Vista, nos abrigos Waraotuma a Tuaranoko, Jardim Floresta e na Comunidade Yakera Ine. A iniciativa é promovida pelo Unicef, com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e execução do Instituto Pirilampos.
Voltado a crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos, o projeto busca facilitar a inserção na rede formal de ensino, valorizando as línguas e culturas de origem. As oficinas utilizam jogos educativos, recursos próprios e práticas interétnicas, com envolvimento direto de educadores e monitores indígenas.
O projeto faz parte do Plano de Ação para Atendimento Educacional às Crianças e Adolescentes Indígenas Imigrantes em Roraima e atende compromissos firmados em ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF).
Segundo André Ramos, coordenador da Funai, a proposta respeita a diversidade cultural e promove autonomia.
“Elas aprendem novos idiomas e conteúdos, mas mantêm vivas suas tradições e passam a valorizar sua identidade”, afirmou.
