Com 2,0 °C acima da média, Roraima foi o estado mais impactado pelo aumento das temperaturas na Amazônia brasileira, segundo o estudo Mapeamento da Sociobioeconomia: Bases para Políticas de Inclusão Energética na Amazônia Legal, divulgado pela rede MapBiomas. A pesquisa mostra que, em 2024, a temperatura média na Amazônia atingiu 1,5 °C acima da média histórica, alcançando o limite máximo definido pelo Acordo de Paris.

De acordo com o levantamento, todos os 26 estados e o Distrito Federal registraram anomalias térmicas entre 0,3 °C e 2,0 °C, com Roraima apresentando o maior aumento. A elevação da temperatura é atribuída ao desmatamento e às mudanças no uso da terra, que alteram a troca de calor e vapor d’água com a atmosfera.

“O desmatamento afeta o equilíbrio climático, elevando a temperatura e reduzindo a umidade do ar”, explicou Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas.

O estudo aponta ainda que a Amazônia brasileira perdeu 52 milhões de hectares de vegetação nativa entre 1985 e 2024. No mesmo período, o país registrou um aquecimento médio de 0,29 °C por década.

Além do calor recorde, a Amazônia enfrenta secas prolongadas e aumento das queimadas. Entre julho e setembro de 2024, os incêndios florestais destruíram 15,6 milhões de hectares de vegetação.

O levantamento foi divulgado um dia antes da cúpula preparatória da COP30, em Belém (PA), que reuniu cerca de 60 líderes mundiais para discutir ações de combate à crise climática.

Com informações da CNN Portugal