O governo de Roraima oficializou a criação de nove escolas estaduais indígenas em comunidades do interior do Estado. As instituições, que antes funcionavam como salas anexas, passam agora a ter autonomia administrativa e pedagógica. A medida foi formalizada por meio de decretos assinados pelo governador Antonio Denarium (Republicanos).
Com a mudança, as escolas passam a contar com direção própria, coordenação pedagógica, quadro de servidores e serviços de apoio. A expectativa é ampliar o atendimento a estudantes indígenas nas comunidades atendidas.
“Agora, as escolas terão estrutura própria, direção, coordenação pedagógica, quadro de pessoal e serviços de limpeza. Além disso, informo que o governo de Roraima já trabalha em um projeto para construir 100 novas escolas, sendo 80 em comunidades indígenas”, afirmou Denarium durante o anúncio.
As novas escolas estão localizadas nas zonas rurais de Boa Vista, Normandia, Uiramutã e Pacaraima. Foram criadas:
- Escola Indígena Alfredo Duarte (Comunidade Anzol)
- Escola Indígena Vovó Benvinda Coelho (Baixo São Marcos)
- Escola Indígena Jairo Pereira da Silva (Comunidade Morcego)
- Escola Indígena Índio Brasilino (Comunidade Hebron – Normandia)
- Escola Indígena Francisco Aniceto (Comunidade São Francisco – Normandia)
- Escola Indígena Maama Meri (Comunidade Ponto Geral – Serras – Uiramutã)
- Escola Indígena Sebastião Oliveira (Comunidade São Felipe – Serras – Uiramutã)
- Escola Indígena Ko’ko Agnes Francisco (Comunidade Angical – Uiramutã)
- Escola Indígena Diva Rodrigues de Freitas (Comunidade Ouro Preto – Pacaraima)
Para o tuxaua da comunidade Anzol, Del Wekelenson, a mudança representa um avanço aguardado há anos.
“Trabalhávamos há dez anos como sala anexa da Escola Estadual Indígena José Aleixo Angelo. Hoje, com esse decreto, teremos mais oportunidades e benefícios para nossa comunidade”, afirmou.
Além da criação das escolas, o governo firmou um termo de cooperação técnica com o Conselho Indígena de Roraima (CIR) voltado ao fortalecimento da educação. O acordo inclui apoio ao Centro de Formação e Cultura Raposa Serra do Sol, localizado na terra de mesmo nome.
Segundo o secretário estadual de Educação, Mikael Cury-Rad, a parceria permitirá ações conjuntas com o objetivo de melhorar a estrutura e a formação de professores.
“É uma parceria mútua: o governo disponibilizará professores e orientação pedagógica, enquanto o CIR garantirá a estrutura do centro. Almejamos grandes resultados para a formação dos jovens indígenas”, disse.
O presidente do CIR, tuxaua Amarildo Mota, também destacou a importância do termo.
“Esse termo vai dar continuidade à formação dos nossos alunos, trazendo mais professores, materiais e melhores condições para os jovens. É um passo fundamental para fortalecer a educação indígena”, afirmou.
