Durante a etapa de Roraima do Ciclo COParente, realizada nesta terça-feira (12), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) defendeu que a justiça climática, baseada na proteção dos territórios indígenas, deve ser o tema central da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro, em Belém (PA).
A presidente da Funai, Joenia Wapichana, destacou a importância da participação indígena nas decisões globais sobre o clima.
“Justiça climática é justamente para que o mundo veja com bons olhos tanto a participação dos povos indígenas como também suas ideias”, afirmou. Segundo ela, garantir a presença ativa dos indígenas nas governanças climáticas é essencial para enfrentar os impactos sociais das mudanças do clima.
A justiça climática parte do princípio de que os grupos mais afetados pelas mudanças climáticas, como os povos indígenas, são os que menos contribuíram para a crise, e, portanto, as ações de mitigação e adaptação devem ser lideradas pelos maiores emissores de gases poluentes, com uma transição ecológica justa e ética.
No evento, a Funai também reforçou que as terras indígenas desempenham papel essencial na conservação ambiental. Esses territórios são barreiras contra o desmatamento e contribuem para o sequestro de carbono, mantendo os ecossistemas resilientes. Desde 2023, a Funai já homologou 16 terras, aprovou 11 portarias declaratórias e realizou oito desintrusões.
Para garantir a presença indígena na COP30, a autarquia planeja apoiar deslocamento e hospedagem em formato de acampamento para as delegações indígenas.