Dados da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) apontam que, em apenas 7 meses, Roraima registrou 546 notificações de casos prováveis para a dengue, aumento que está relacionado ao período chuvoso.

Diante dessa situação, o órgão encaminhou alerta para que gestores dos 15 municípios do Estado reforcem as ações de combate aos criadouros do Aedes aegypti, responsável por também transmitir a chikungunya e o zika vírus.

“Nós estamos agora na semana 31 e temos aí 546 casos prováveis de 3.300 notificações para a doença. É importante relatar que é nesse período que aumenta o índice de infestação do mosquito”, afirmou a gerente do Núcleo de Controle de Febre Amarela e Dengue, Rosângela Santos.

Ainda segundo o levantamento, Boa Vista lidera o número de casos prováveis, com 222, seguida de Rorainópolis, 116; e Normandia, com 53 registros.

Os números estão disponíveis para consulta pública no Painel de Monitoramento das Arboviroses, no site  www.vigilancia.saude.rr.gov.br.

Segundo Rosângela, a maioria dos criadouros do mosquito está concentrada nos domicílios, em objetos que acabam servindo de depósito de água, como tampinhas de garrafa e caixas d’água sem cobertura.

“Pedimos para toda a população nesse período que elimine o maior número de possíveis criadouros. Com relação ao lixo, é importante que as pessoas organizem para que ele seja colocado no dia e horário correto da coleta pública”, destacou.

Apoio aos municípios

A execução das estratégicas de combate aos criadouros do Aedes aegypti é de responsabilidade dos 15 municípios do Estado. No entanto, o governo de Roraima, por meio do Núcleo Estadual de Controle da Febre Amarela e Dengue, oferece apoio aos gestores municipais, com a oferta de insumos e treinamentos relacionados ao correto manejo clínico de arboviroses.

“Isso para que todos os pacientes que buscam uma unidade de saúde seja atendida e tenha uma assistência adequada, evitando principalmente os casos graves e óbitos”, alertou Rosângela.

Como buscar ajuda?

O fluxo de dengue está definido em quatro grupos. No Grupo A, pessoas que apresentam sintomas clássicos, como febre com duração máxima de sete dias, dor de cabeça, cansaço, dores musculares e nas articulações, dor na barriga e atrás dos olhos.

“É importante que os pacientes busquem as unidades básicas de saúde [postos de saúde] mais próximas da residência para que o profissional de saúde avalie, trate adequadamente, faça o diagnóstico e a notificação”, disse Rosângela.

O Grupo B apresenta manifestação hemorrágica espontânea. São sintomas como febre alta contínua por no máximo sete dias, seguida de forte dor de cabeça, cansaço, forte dor na região dos olhos e até sangramento menor em trato gastrointestinal. Nesse caso, o paciente deve procurar o Pronto Atendimento Cosme e Silva, na zona Oeste, ou o Pronto Atendimento Airton Rocha, no Hospital Geral de Roraima (HGR).

O Grupo C responde pelos sinais de alerta, já em via de agravamento. Os sintomas consistem em dor abdominal interna e contínua, vômito persistente, sonolência ou irritabilidade, hemorragias, desconforto respiratório e queda das plaquetas. O atendimento desse paciente é nos hospitais estaduais.

O Grupo D é para pacientes com sinais de choque: pressão arterial convergente, hipotensão arterial, extremidades frias, pulso rápido e arrepios. O atendimento deve ser imediato nos hospitais estaduais.

“Precisamos entender que dengue mata e é necessário que o paciente que apresente esses sintomas seja avaliado adequadamente. Lembramos que toda a rede pública de saúde, todos os profissionais foram capacitados para fazer o manejo adequado das arboviroses”, ressaltou.