A Polícia Civil de Roraima deflagrou, nesta quinta-feira (25), a Operação Ilíria, que investiga um esquema de exploração sexual de adolescentes supostamente liderado e integrado por agentes públicos em Boa Vista. A ação resultou na prisão do major da Polícia Militar Edmilson Costa Lima, de 43 anos, e no cumprimento de mandados de busca e apreensão em diferentes bairros da capital.
Coordenada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), com apoio do Departamento de Polícia Especializada (DPE), a operação teve como objetivo o cumprimento de sete mandados judiciais — cinco de busca e apreensão domiciliar e dois de prisão temporária.
As investigações apontam que adolescentes entre 14 e 16 anos eram vítimas em festas realizadas nas residências dos suspeitos, onde ocorriam atos de exploração sexual. De acordo com o delegado Matheus Rezende, responsável pela operação, os investigados ofereciam bebidas alcoólicas e entorpecentes em troca de favores sexuais.
“Essa operação é fruto de um trabalho investigativo contínuo e detalhado, voltado à proteção de crianças e adolescentes. Buscamos desarticular um esquema de exploração sexual envolvendo agentes públicos, que usavam suas posições para tentar encobrir os crimes”, afirmou o delegado.
Os mandados de busca foram cumpridos nos bairros Paraviana, Caçari, São Pedro, Cinturão Verde e Equatorial. Além de Edimilson Costa, foram alvo das buscas um agente de polícia civil, de 57 anos, um gerente comercial e um analista judiciário, ambos de 49, e um jovem de 20 anos, namorado do oficial da PM.
O major foi preso na Rodoviária Internacional de Boa Vista, ao desembarcar de um ônibus vindo do Amazonas. Ele foi levado pela Corregedoria da Polícia Militar até a sede da DPCA, onde teve o mandado de prisão temporária por 30 dias formalizado, e em seguida foi encaminhado para audiência de custódia.
Já o namorado dele, também alvo de mandado de prisão, não foi localizado e continua sendo procurado pela polícia. As investigações seguem para identificar outras possíveis vítimas e novos envolvidos.
Durante as buscas, o mandado cumprido na casa do agente de polícia foi acompanhado por membros da Corregedoria-Geral de Polícia (Corregepol). A operação contou ainda com a participação do Grupo de Resposta Tática (GRT), do Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida (ICPDA) e de delegados de diferentes unidades da Polícia Civil.
Entre os crimes investigados estão favorecimento à prostituição de menores, fornecimento de bebida alcoólica a menores de idade, associação criminosa e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
