Roraima iniciou na sexta-feira (10) uma nova fase logística com o primeiro embarque de soja por um corredor hidroviário que promete transformar o escoamento da produção agrícola local. A operação foi feita a partir do município de Caracaraí, no sul do Estado, e marca a estreia do transporte fluvial como alternativa ao rodoviário.
A carga seguiu pela BR-174 até o terminal de transbordo da empresa Amaggi, onde foi embarcada em balsas no rio Branco. De lá, navegou pelo rio Negro até Manaus (AM) e seguiu pelo rio Amazonas até o porto de Itacoatiara (AM), de onde foi exportada para o mercado internacional.
O novo corredor logístico reduz o trajeto rodoviário em 74%, contribuindo para a diminuição do desgaste nas estradas e a queda nos custos operacionais. A cada viagem, uma balsa transporta o equivalente a 40 caminhões, ou cerca de duas mil toneladas de soja.
Além da eficiência no transporte, o modelo fluvial deve reduzir em 35% as emissões de gases de efeito estufa em comparação ao transporte por rodovias, segundo estimativas da Amaggi. A operação é adaptada ao regime de cheias do rio Branco, aproveitando as condições naturais da região para facilitar a navegação.
A nova rota também permite o transporte reverso de insumos agrícolas, como calcário e fertilizantes, ampliando o acesso de pequenos produtores a preços mais acessíveis.
A medida acompanha o avanço da agropecuária em Roraima. Entre 2018 e 2025, a produção de grãos — soja, milho e arroz — cresceu 202,5% no Estado. Com esse crescimento, as exportações roraimenses alcançaram US$ 313 milhões em 2024, o maior crescimento proporcional do país, segundo dados do governo estadual.
Os principais destinos da soja roraimense são Venezuela, Guiana, além de países da Europa e da Ásia, consolidando o grão como principal produto de exportação do Estado.
