A Polícia Civil prendeu quatro pessoas nesta terça-feira (30) durante a segunda fase da Operação Nêmesis, que investiga grupos se passavam por policiais civis para praticar crimes em Boa Vista. Os suspeitos usavam distintivos falsos e simulavam abordagens oficiais para cometer roubos e invadir residências.

De acordo com o delegado Igor Silveira Alencar, do 5º Distrito Policial, o grupo utilizava a identidade da Polícia Civil para enganar vítimas.

“Eles se passavam por policiais civis para ludibriar vítimas, cometer roubos e violência física, estourar bocas de fumo e agir contra rivais ou pessoas recém-chegadas à cidade, como garimpeiros com dinheiro, ouro ou drogas”, explicou.

A operação teve como foco os autores de um assalto ocorrido em 20 de junho, no bairro São Bento, zona oeste da capital. Na ocasião, os criminosos usaram um Corolla prata, balaclavas e distintivos falsos para invadir o apartamento de uma vítima recém-chegada do garimpo, rendendo-a e levando dinheiro, joias e pertences. A investigação durou cerca de três meses.

Os suspeitos têm entre 18 e 30 anos e respondem por roubo majorado e uso de arma de fogo. Foram cumpridos ainda seis mandados de busca e apreensão nos bairros Aeroporto, Caranã, Mecejana, São Bento e 13 de Setembro. A polícia apreendeu porções de maconha, balanças de precisão, radiocomunicadores e outros materiais de interesse da investigação.

Segundo Igor Alencar, trata-se de um grupo grande e interligado.

“Eles atuam com pessoas diferentes em cada crime, o que dificulta a identificação dos envolvidos”, destacou.

A Operação Nêmesis teve uma primeira fase em 11 de setembro, também em Boa Vista, quando foram cumpridos mandados contra três pessoas. Um investigado segue foragido. O grupo agia da mesma forma: simulava ações policiais para invadir casas e pontos de tráfico, roubando dinheiro, celulares e drogas.

Os quatro presos nesta terça foram levados ao 5º DP e devem passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (1º). A operação contou com apoio dos delegados Jonathan Freese e Guilherme Peres, do 4º DP, e Carlos Freitas, da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH). Equipes do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DPJC) e do Grupo de Resposta Imediata (GRI) também participaram.