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Com o advento da pandemia mundial de covid-19, não só o roraimense, mas o mundo passou por diversas mudanças na rotina, principalmente, quando se trata de trabalho e educação. Mediante a tantos desafios causados por um vírus mortal, a faculdade se tornou EAD (Ensino à Distância) e o trabalho virou home office. A internet de qualidade deixou de ser um luxo e se tornou necessidade.

Até 2018, a Oi, principal provedora de internet do estado, não disponibilizava internet banda larga para todos os bairros da capital. A empresa só passou a prover o atendimento após a justiça federal acatar a Ação Civil Pública ajuizada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) da seccional de Roraima.

A empresa não conseguiu durante o processo, que durou oito anos, apresentar provas que comprovassem a inviabilidade técnica de oferta de serviço de internet banda larga.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica), entre 2006 e 2011, 54,5% dos roraimenses estavam conectados a internet. Na época, o número representava um aumento causado pela popularização da internet banda larga no país. Já em 2016, esse número saltou para 71% e em 2018, para 77%. O aumento significativo ocorreu por conta da mudança nos valores dos pacotes de internet, que antes eram considerados muito caros.

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Apesar da popularização dos preços, o norte do país e mais especificamente, Roraima, apresenta uma grande instabilidade de conexão. De acordo com o NIC (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR), o norte é a região com a pior latência da internet – isto é, a velocidade de trafego, sendo o mais baixo dentre todas as regiões do país.

A falta de investimento na telecomunicação gera reflexos na educação. Hstéffany Araújo, professora de uma instituição privada em Roraima, explicou que durante a pandemia, os professores do mundo inteiro se reiventaram para caber no home office.

“O principal problema é quando falta internet, seja por questão pontual, como falta de internet no bairro, ou outras como o rompimento de fibra”, destacou.

Da última vez que a fibra ótica que fornece internet banda larga para o estado rompeu, em 29 de março, a internet só foi restabelecida 13h após o rompimento.

“Isso atrapalha todo o nosso trabalho. A carga de trabalho acaba sendo muito maior e a internet é a nossa ferramenta principal. Apesar de atulmente a Instituição me fornecer toda a parte de material e estrutura para as aulas, a gente fica refém de uma internet que muitas vezes não funciona”, esclareceu a professora.

Rafael Hoffmann, estudante de Analise e Desenvolvimento de Sistemas e Jogos Digitais, contou que a falta de investimentos em estrutura de rede atrapalha no desenvolvimento de projetos para a Universidade.

“Tudo que eu faço envolve a internet. É muito estressante trabalhar com tecnologia no norte do país, principalmente em Roraima. É um estado muito atrasado nesse quesito.” Salientou o estudante.

Para o estudante, a falta de estrutura é um dos principais motivos pelos quais Roraima não tem se destacado na area de tecnologia, uma vez que a conexão banda larga ainda é muito precaria.

“a conectividade ainda é muita lenta e os pacotes muito caros, não há tantos beneficios”, ressaltou.

Roraima carece de discussões aprofundadas que ofereçam soluções para os atuais problemas de internet, bem como uma representação forte, para assim tentar estabelecer uma resolução que torne a internet mais acessível, de qualidade e que contribuirão para o melhor desenvolvimento do estado mais ao norte do país.