O Brasil possui uma população de cerca de 896.917 índios, segundo dados do Censo 2010. Dessa população um pouco mais da metade vive em aldeias e comunidades indígenas reconhecidas pelo Governo Federal.
Em dezembro de 2020 foi apresentado para o Supremo Tribunal Federal (STF) o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, pelo então Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Segundo o plano, devido a indisponibilidade de vacina para toda a população, foi usado o critério de grupos prioritários para organizar a fila dos futuros vacinados.
A população indígena foi identificada como grupo de risco, por entender que esse grupo, além de sofrer uma histórica desigualdade social, possui baixa expectativa de vida e grande discriminação. Apesar do direito de receber a vacina como prioridade, diferente do que se pensa, não é todo e qualquer indígena que pôde ter a imunização garantida. Apenas a população indígena maior de 18 anos e que utilize do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena gozará da prioridade na vacinação, isso de acordo com o plano governamental.
O acesso precário a saúde para os indígenas não é exclusiva no período de pandemia. Essa população está exposta a outras doenças como infecções gástricas, malária, tuberculose e doenças sexualmente transmissíveis. Devido as condições precárias, econômicas, sociais e sanitárias a que esse grupo é submetido, ainda são atingidos por doenças curáveis e/ou que existem vacinas. Esse grupo também ainda enfrenta problemas como dificuldade de acesso a itens básicos de higiene e saúde, discriminação da sociedade, desemprego e subempregos, falta de estrutura de moradia e desnutrição. Fatores esses que só reforçam a necessidade de vacinar os povos indígenas.
Assim é justificável que a população indígena seja eleita como um grupo prioritário também. Esse grupo além de ser mais vulnerável, vivem em grupos e tem como um trabalho coletivo parte de sua cultura.