Representantes de sete associações Yanomami e Ye’kwana cobraram, em uma carta aberta, o governo federal — especialmente o Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) — por negligência e centralização na gestão do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Ye’kwana (Dsei-YY).

O documento aponta exclusão da coordenação local em decisões estratégicas, especialmente nas contratações feitas pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS), ausência de dados de gestão, obras paralisadas e falta de transparência.

As lideranças afirmam que a autonomia do Dsei foi esvaziada.

“Constata-se a ausência de autonomia administrativa e gerencial por parte do Dsei-YY, o qual, na prática, encontra-se impossibilitado de realizar contratações para cargos de confiança.”

Entre as críticas, destaca-se ainda o monopólio da Voare Táxi Aéreo nas remoções aeromédicas, transporte de profissionais e insumos.

A empresa pertence à deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR) e ao marido dela, Renildo Evangelista Lima, alvos da operação Caixa Preta da Polícia Federal por suspeita de crimes eleitorais no Estado.

Segundo o documento, a Voare aplica multas por atrasos de pagamento e recebeu R$ 271 milhões em 17 contratos, dos quais R$ 96 milhões foram firmados sem licitação.

O Ministério da Saúde, em nota, contestou as acusações e afirmou que as contratações seguem decisões pactuadas com o controle social local (Condisi) e recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Com informações do Metrópoles